As Divindades também falam



Odú



Representam o corpo de relação conectado ao culto de uma divindade denominada Òrúnmìlà. Eles estão tidos como forma de resposta concedida pelo oráculo, com o Babáláwo constituindo, de modo sistemático, a filosofia religiosa do povo yorúbá. Cada Odú possui um nome e características próprias. Divide-se em “caminhos” denominados Ęsę onde está atado um semi-número de mitos conhecidos como Itàn Ifá.

Ilàna Ìsin

É o meio de comunicação dos praticantes com seus objetos de adoração. Constitui-se de símbolos e ritos agrupados num cerimonial e conduzidos pelos diferentes sacerdotes que compõem a hierarquia religiosa.

Ketu/Nagô – bàbálòrìşà / Ìyálòrìşà

Congo/Angola – tata hia nkise / mametu hia nkise

Jeje – donę / mejitọ / gaiyaku


Em todo processo litúrgico há sempre três elementos a serem destacados:

• Palavras, cânticos e rezas (adúrà) a serem preferidos;

• Atos e ações, até o oferecimento de sacrifícios e oferendas (rúbọ);

• Participação do agente realizador de todas as tarefas, distribuído entre todas as hierarquias religiosas da comunidade.

Ọrúnmìlá

O culto a Ọrúnmìlá está devidamente ligado à forma de adivinhação geomantica (adivinhação que se faz lançando terra ou pó sobre uma mesa e observando as figuras assim formadas) conhecida como Ifá, que utiliza de coquinhos do dendezeiro denominados Ikin, muito utilizado pelos yorubá. No Brasil a pratica dessa arte de consulta se utiliza de búzios denominados dilogun, uma abreviação de męrìndílógún que significa dezesseis.

Ọrúnmìlá também e conhecido pelo nome de Ifá, sistema de jogo por ele empregado, daí sua saudação por excelência ser Ọrúnmìlá bàbá ifá – Orumilá o pai do Ifá. A palavra Ifá vem do verbo fá, raspar, numa alusão ao ato de usar os dedos para marcar os sinais do odú no pó – Ìyęròsùn – que é espalhado no tabuleiro de Ifá - Ọpọn Ifá.

Búzios
O sistema de consulta utilizando búzios foi introduzido no Brasil e aceito pelas primeiras comunidades religiosas ao tempo de Ìyá Nàsó, pela sua possível opção de ser utilizado tanto por homens como por mulheres. Enquanto o Ifá e o Ọpęlę são, ainda hoje utilizados somente por homens, os búzios foram a opção viável se considerarmos que os primeiros candomblés foram dirigidos por mulheres. Foi Bámbóşé que implantou um sistema de jogo apoiado em 16 odù, que se dividem em 70 caminhos diferentes.

Os búzios são conchas marinhas compostas de duas faces dianteira e traseira. A face dianteira contém uma fenda dentada de cima a baixo, a qual pode chamar de boca, e segundo a totalidade dos Bàbáláwo, é a parte falante do jogo. A face traseira, originalmente fechada, é aberta para propiciar o equilíbrio e a quebra dos búzios em duas posições, aberta e fechada, com idênticas probabilidades.



Distribuição dos caminhos entre os Odù do jogo dos Búzios



1 - Ọkànràn – 5 caminhos

2 – Èjì Òkò – 4 caminhos

3 – Ętà Ògúndá – 5 caminhos

4 – Ìròsùn – 5 caminhos

5 - Ọsę – 5 caminhos

6 - Ọbàrà – 4 caminhos

7 – Òdì – 5 caminhos

8 – Éjì Onílę – 8 caminhos

9 - Ọsá – 5 caminhos

10 – Ofún – 4 caminhos

11 - Òwọnrín – 5 caminhos

12 – Èjilá Şębọrà – 5 caminhos

13 – Éjì Ológbọn – 5 caminhos

14 – Ìka – 5 caminhos

15 – Ogbègúndá

16 – Àlàáfíà



Comentários

Eduardo disse…
Quais são os caminhos ? voce citou os caminhos de cada Odu, porém quais são os caminhos e as referências ? Voce tem este informação ?

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